quinta-feira, 9 de abril de 2009

AULAS PREMAESP

REDAÇÃO

INTRODUÇÃO AOS
ESTUDOS DE LINGUAGEM


PROFESSOR MANOEL






ELEMENTOS DA COMUNICAÇÃO


CÓDIGO
EMISSOR--------------------MENSAGEM----------------RECEPTOR
CANAL
( RUÍDO )




LINGUAGEM: GESTOS (LINGUAGEM DOS SURDOS-MUDOS)
SINAIS (DE TRÂNSITO)
ÍNDICE (NUVENS = CHUVA, FUMAÇA= INCÊNDIO)
EXPRESSÕES FACIAIS (ALEGRIA / TÉDIO)



OBS: A LINGUAGEM CORPORAL É UMA MANIFESTAÇÃO DO PENSAMENTO ATRAVÉS DAS REAÇÕES DO CORPO A DETERMINADAS SITUAÇÕES, ESTÍMULOS OU ESTADOS MENTAIS.

EX: O DETECTOR DE MENTIRA IDENTIFICA A ALTERAÇÃO NOS BATIMENTOS CARDÍACOS E A DILATAÇÃO DA PUPILA.


LÍNGUA : CÓDIGO ESCRITO, MATERIALIZAÇÃO NA PALAVRA , IDENTIFICAÇÃO CULTURAL E HISTÓRICA.


FALA: CÓDIGO ORAL, MANIFESTAÇÃO DO DISCURSO E DO PENSAMENTO .
EX: QUI QUI SE QUÉ = O QUE VOCÊ QUER
AKI NÓIS BEBI, AKI NÓIS KAI

CONCEITO DE PALAVRA

TODA PALAVRA É UM SIGNO LINGUÍSTICO COMPOSTO DE TRÊS ELEMENTOS:


SIGNIFICANTE: É O SOM DA PALAVRA
EX: CASA= /KA’ZA/ ;

SIGNIFICADO: É O QUE A PALAVRA REPRESENTA
EX: CASA=MORADIA, LAR, ABRIGO

IMAGEM MENTAL: É A COISA EM SI, O QUE PENSAMOS QUANDO OUVIMOS OU LEMOS UMA PALAVRA
EX: CASA =



OS DIFERENTES USOS DA LINGUAGEM

LINGUAGEM DENOTATIVA

QUANDO UM TERMO É USADO EM SEU SENTIDO ORIGINAL, AQUELE QUE SE ENCONTRA NO DICIONÁRIO, SE DIZ QUE ESSA LINGUAGEM É DENOTATIVA, EXATA OU REFERENCIAL.

EX: O PESCADOR FOI ATACADO POR FEROZES PIRANHAS ENQUANTO PESCAVA NO PANTANAL.


LINGUAGEM CONOTATIVA

QUANDO UM TERMO NÃO É USADO EM SEU SENTIDO ORIGINAL, MAS NUM OUTRO SENTIDO, FIGURADO, SE DIZ QUE ESSA LINGUAGEM É CONOTATIVA, ARTÍSTICA OU LITERÁRIA.

EX: A ESPOSA AGREDIU PUBLICAMENTE, VIOLENTAMENTE E INJUSTAMENTE O MARIDO PORQUE ELE CONVERSAVA INOCENTEMENTE COM UMA PIRANHA.

EX: (SÉRIO): POEMA DE GREGÓRIO DE MATOS PARA DONA ÂNGELA, SUA FUTURA ESPOSA:
Anjo no nome, Angélica na cara Isso é ser flor, e Anjo juntamente Ser Angélica flor, e Anjo florente Em quem, se não em vós se uniformara?

Quem veria uma flor, que a não cortara De verde pé, de rama florescente? E quem um Anjo vira tão luzente Que por seu Deus, o não idolatrara?

Se como Anjo sois dos meus altares Fôreis o meu custódio, e minha guarda Livrara eu de diabólicos azares

Mas vejo, que tão bela, e tão galharda Posto que os Anjos nunca dão pesares Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda









30 DICAS PARA ESCREVER BEM

Professor João Pedro da UNICAMP


1. Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev., etc.
2. É desnecessário fazer-se empregar de um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de esmero excessivo que raia o exibicionismo narcisístico.
3. Anule aliterações altamente abusivas.
4. não esqueça as maiúsculas no início das frases.
5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.
6. O uso de parênteses (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
8. Evite o emprego de gíria, mesmo que pareça nice, sacou??... então valeu!
9. Palavras de baixo calão, porra, podem transformar o seu texto numa merda.
10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.
11. Evite repetir a mesma palavra pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os outros não tem idéias próprias".
13. Frases incompletas podem causar
14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes; isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou por outras palavras, não repita a mesma idéia várias vezes.
15. Seja mais ou menos específico.
16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!
17. A voz passiva deve ser evitada.
18. Utilize a pontuação corretamente o ponto e a vírgula pois a frase poderá ficar sem sentido especialmente será que ninguém mais sabe utilizar o ponto de interrogação
19. Quem precisa de perguntas retóricas?
20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.
21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.
22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!"
23. Analogias na escrita são tão úteis quanto chifres numa galinha.
24. Não abuse das exclamações! Nunca!!! O seu texto fica horrível!!!!!
25. Evite frases exageradamente longas pois estas dificultam a compreensão da idéia nelas contida e, por conterem mais que uma idéia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam, desta forma, o pobre leitor a separá-la nos seus diversos componentes de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza.
27. Seja incisivo e coerente, ou não.
28. Não fique escrevendo (nem falando) no gerúndio. Você vai estar deixando seu texto pobre e estar causando ambigüidade, com certeza você vai estar deixando o conteúdo esquisito, vai estar ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo. E como você vai estar lendo este texto, tenho certeza que você vai estar prestando atenção e vai estar repassando aos seus amigos, que vão estar entendendo e vão estar pensando em não estar falando desta maneira irritante.
29. Outra barbaridade que tu deves evitar chê, é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde tu moras, carajo!... nada de mandar esse trem... vixi... entendeu bichinho?
30. Não permita que seu texto acabe por rimar, porque senão ninguém irá agüentar já que é insuportável o mesmo final escutar, o tempo todo sem parar.



AMOSTRA DE REDAÇÕES

Vejamos algumas redações,os comentários e a nota que receberam:

REDAÇÃO 1

TÍTULO:Das algemas dos senhores, para as correntes da sociedade.

Desde os tempos de outrora até o seculo XXI .Um mal produto desenvolvido por uma sociedade dominante,que a seculos pululam o racismo. .No brasil colonial existia a escravidao sobre o dominio de uma classe alta e com o passar do tempo perdeu domínio sobre os "vermes". .O preconceito racial desenvolveu-se dos tempos escravistas e ainda desenvolverar nos séculos posteriores. Porque uma sociedade alienada,soberba e dominante.Por mais que tente ocultar o racismo racial, dizando que estah acabando ;já mais irá apagar este mau enquanto existir na alta sociedade pessoas com pessamentos retógrado. Porque assim que foi poibido o escravismo no Brasil,os primeiros a sentirem falta foram os senhores de terra ,cafeicultore... .E é deste momento que a sociedade entra em uma fase de repulsão aos negros livres ,livres das maos dos senhores mais ainda escravo da sociedade. .Eram descriminado por causa da sua cor ,excluídos de varios privilégios, assim he nos tempos atuais, ainda somos descriminados e excluidos de muitos privilegios.Acredito que o racismo já mais irá acabar na sociedade,por mais que queiram mostrar pensamentos anti-racismo na mídia,já mais irá acabar .E a tendecia é piorar o racismo ,se todos de pele negra não buscarem um pensamento critico diante a sociedade ,posições melhores nas suas profissões,ira ser sempre um excluído dos melhores privilégios que a sociedade pode oferecer... .enfim o problema racial no brasil vem de uma longa data...É uma mancha que não pode ser lavada ,mais que aos poucos podemos ir limpando esta sujeira.Mais isto irá depender de quas pessoas querem lavar a roupa suja, porque se for só o negro a mancha jah mais será limpada ....
Comentário geral
A redação demonstra conhecimento precário da norma culta: trechos sem estrutura gramatical (sem núcleo verbal), orações iniciadas com letra minúscula, desconhecimento de regras elementares de ortografia, acentuação, pontuação, concordância e regência, que sublinhamos no texto.

NOTA: 1,0

REDAÇÃO 2

TÍTULO: O conceito premeditado racial em sociedade atual

Hoje em dia é normal encontrar pessoas com a cor de pele diferente da nossa, pois vivemos em um país que abrange cidadãos das mais variadas nacionalidades, e alguns acabam tendo certas desavenças, pois acham que são diferentes, e por si só acabam prejudicando uma relação amigável.Essa desavença é mais conhecida como "preconceito", mas o que seria o preconceito? O preconceito é um conceito adiantado, que leva em conta aquilo que imaginamos, o preconceito não é algo ruim, mas sim intrigante, pois criamos em nossa mente algo pessoal, que pode passar por diferentes pontos de vista em nossa população, mas muitos não guardam para si e começam a julgar em nossa sociedade, assim acontece com o preconceito racial, muitos falam que pessoas de pele escura são pessoas de má índole, outros dizem que o futuro delas é ser faxineiro ou dona de casa, outros já não querem ter em sua companhia, pois em tempos remotos os negros eram seres que serviam como moeda de troca, pois eram escravos, mas atualmente este tipo de preconceito é crime, o individuo que menosprezar o outro por causa de sua cor, ou ficar fazendo certas piadinhas de mau gosto pode sim ser julgado, e receber sua punição.No ano de 2008, nos Estado Unidos da América, Barack Obama, um homem afro-descendente, conseguiu fazer um fato que muitos consideram como "milagre", se tornar o Presidente dos Estados Unidos da América, este fato se torna interessante pois como seu concorrente tinha o americano McCain, e o venceu na maioria dos estados americanos, Obama por sua vez ficou muito contente, e em entrevista a mídia falou do passado seu e de sua mulher, que ambos passaram por preconceitos e hoje são reconhecidos por todos, mas o que aconteceu com eles infelizmente não acontecem com todos, este fato que aconteceu com Obama foi um homem que começou de baixo e foi lutando até chegar onde está hoje, ao longo de sua caminhada foi sofrendo vários tipos de preconceitos, mas isso só serviu para fortalece-lo, isso nos mostra que, tanto negro, quantos branco, asiático, índio, podemos ter qualquer cor de pele, mas temos que continuar perseverando em um mundo mais digno, infelizmente o preconceito nunca acabará, ou demorara muito para acabar, pois sempre existem pessoas que julgam até mesmo sem saber que esta julgando, as pessoas acham tão bom julgar, mas não gostam de serem julgados.
Comentário geral
A partir de um título estapafúrdio ("que não é lógico; disparatado, incoerente"), a redação apresenta ao leitor três parágrafos confusos e mal desenvolvidos. Nota-se claramente que o texto não se desenvolve a partir de uma reflexão sobre o tema, limitando-se a reproduzir ou tentar explicar informações e fatos fornecidos pela proposta de redação. Sublinhamos no texto erros de ortografia, pontuação, emprego da crase, uso de maiúsculas/minúsculas, singular/plural.

NOTA : 2,0

REDAÇÃO 3

TÍTULO: O preconceito racial já acabou? Será?

Muito se fala: "O preconceito racial chegou ao seu fim, Obama no poder é a prova disso". Mas será que é isso mesmo? Será que o final se dá agora, porque o Obama está no poder?Acho que não, o seu fim vai ser determinado quando o Obama mostrar a que veio, e que é capaz, e isso não aconteceu ainda, afinal, ele não está no poder. O preconceito racial sempre vai existir, acho que não poderemos chegar um dia e dizer: "Enfim, não existe mais preconceito". Primeiro que preconceito não é só racial, tem preconceito referente a classes sociais, a religião, sexual... Mas o que podemos dizer sobre preconceito racial? A cada dia os casos são menores, óbvio, as pessoas com o passar do tempo, entendem que: ninguém pode ser julgado pela sua cor de pele. Aliás, os negros são capazes das mesmas coisas que um branco.Conforme um seriado norte-americano, os negros que dirigissem carros de alto custo, mesmo que o dirigissem em 10km/h seriam parados, porque para alguns policiais brancos - leia-se grande maioria da época - se um negro dirige um carro de alto valor comercial, ele roubou.O seriado fez uma crítica cruel, poderia não acontecer de verdade, mas é equivalente a discriminar uma pessoa, seja aonde for, porque sua cor é diferente da sua. E não falo só de negros, falo de brancos que discriminam negros, e também se torna frequente negros que discriminam brancos. Óbvio que o passado só condena um lado.O preconceito racial pode estar acabando para um lado, e começando para outro, é assustador mas pode ser a realidade, enquanto achamos que é o fim, pode ser apenas o começo - ou realmente o fim.De fato a discriminação sempre existirá, seja por preconceito racial, social ou sexual. Mas todos tem que aprender a repudiar isso, quanto mais repudiado, mais perto da extinção ele pode estar.
Comentário geral
A redação indica que o estudante, embora tenha domínio da norma culta da língua escrita, elabora seus argumentos à medida que redige o texto. Não há seleção e interpretação dos fatos e opiniões apresentados na redação. Assinalamos pequenos deslizes de pontuação, acentuação e escolha vocabular.
NOTA: 5,5

REDAÇÃO 4

TÍTULO: A sobrevivência do preconceito

O fato de muitos negros hoje ocuparem lugares de destaque não indica que o preconceito racial está chegando ao fim, demonstra apenas que o mundo está abandonando a imagem do negro como pessoa incapaz de atingir um objetivo. São pessoas que conseguiram aproveitar as oportunidades e alcançaram o sucesso, porém, jamais chegariam aonde estão se não tivessem algum respaldo financeiro.A escolha dos americanos para presidente da república mostra que o preconceito existe até nos dias atuais, pois foi uma eleição que jamais causaria tanto impacto se o mundo estivesse realmente amadurecido quanto a questão racial. Foi um espetáculo midiático, que transformou um candidato comum em um arauto dos novos tempos, fazendo com que parecesse mais um duelo de raças do que um embate de propostas políticas em uma nação que depois de tanto controlar o mundo começou a ter seu brilho apagado.Barack Obama não teve a infância que um negro pobre teria, cursou universidades prestigiadas e teve como cartão de acesso ao mundo dos brancos o fato de sua mãe e avós maternos serem desta raça. O grande mérito de Obama foi ter aproveitado as oportunidades que tinha e conseguir trilhar uma trajetória política que fizesse com que merecesse uma vaga na disputa pela Casa Branca.Quanto aos artistas negros que fazem tanto sucesso em Hollywood e que parecem servir de amostra que o preconceito está acabando, leva a um silogismo onde as pessoas acreditam que o fato deles estarem lá significa a derrubada do muro da intolerância e o fim da imagem do branco como superior. Como existem personagens negros, obviamente existirão atores negros, algo que é tão natural que se torna bizarro que tais atores sejam utilizados como símbolos dos novos tempos.O preconceito racial sobrevive e somente com investimentos na área de educação e a punição para atos discriminatórios podem diminuir cada vez mais a ideologia racista predominante. Não é o sucesso de alguns negros que vai abrir o caminho para os outros, da mesma maneira que não é reservando cotas em faculdades, mas sim a melhoria do ensino público que podem diminuir a diferença entre a média da população de quaisquer raça que consiga atingir o ensino superior.
Comentário geral

O texto demonstra domínio da norma culta da língua escrita, capacidade de síntese, bons argumentos, coesão e desenvoltura na defesa de um ponto de vista. Não é, evidentemente, o texto de um jornalista ou de um profissional da redação. É o texto de um estudante e, nessa condição, preenche todos os requisitos necessários para obter a nota máxima.

NOTA: 10,0




Redação Professor Manoel


Modalidades de texto

Tema único: O bêbado

Texto descritivo: É o tipo de texto que reproduz, cria ou recria uma imagem ou uma cena. Na descrição pode haver movimento, mas não há ação. O texto pode ser estático (descrição de uma montanha) ou dinâmico (descrição de crianças brincando num parque)


Ex: Lá está um bêbado encostado ao poste. Suas roupas estão sujas e seu cabelo desgrenhado e seboso. O vômito que se espalhou pela sua barba dá a ele um aspecto de nojo e repugnância.



Texto narrativo: É o tipo de texto usado para se narrar um fato ou um acontecimento. Normalmente apresenta um narrador, personagens, o tempo, o espaço e a história que está sendo contada. Neste tipo de texto há ação e uma situação com começo, meio e fim.



Ex: O bêbado estava sentado calmamente num canto do bar quando um homem de chapéu entrou, gritando contra ele palavrões de todo tipo. O bêbado levantou-se e, tirando do bolso uma navalha, foi de encontro ao seu agressor. Depois de desferir dois golpes no ar, o bêbado foi detido por outros homens que ali se achavam, foi levado para fora e tudo não passou de um susto.


Texto dissertativo:É o texto que tem por objetivo expressar uma opinião sobre um fato ou um assunto. Deve apresentar dados e argumentos que justifiquem o ponto de vista adotado. Como toda proposta de redação apresenta uma questão a ser resolvida, espera-se que o texto ofereça sugestões para a solução do problema em discussão.




Ex: A simpática e cômica imagem de um bêbado esconde uma triste realidade, o drama do alcoolismo na sociedade.
Um bêbado é frequentemente uma pessoa frustrada, desencantada, incapaz de gerenciar sua vida com dignidade. Falta-lhe a autoconfiança necessária para enfrentar os desafios que a vida diária impõe a todos.
Educação, lazer e cultura acessível a todos poderia ser um bom começo para que o álcool não represente a única alternativa de diversão para nossos jovens.

A carta: É o tipo de texto que tem um emissor e um destinatário. Deve ainda ter a data e o local e sua linguagem pode ser mais ou menos informal, dependendo de para quem é a carta.
Ex:

Marília, 10 de Maio de 2.008


Exmo. Senhor Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva.

Venho por meio desta expressar minha indignação diante do escândalo conhecido por mensalão, que tem sido apresentado pela mídia como o mais absurdo dos procedimentos que envergonham o Congresso Nacional.
Não posso concordar que aqueles que foram eleitos para defender os interesses do povo usem do poder a eles conferido para desviar dinheiro que poderia ser usado na construção de escolas e hospitais, a serviço da população.
Diante do exposto, como cidadão participante e cumpridor dos meus deveres e, enfim, como contribuinte honesto, venho exigir que se investigue a denúncia, apure as irregularidades e se puna os responsáveis por essa vergonha nacional.

Sem mais, antecipo meus agradecimentos


Manoel C. S. Silva


Podemos ainda identificar como modalidades de texto o Artigo, a Crônica e o Ensaio, que não são exigidos em provas de vestibular e ENEM.



Modalidades de discurso

Discurso Direto: É o discurso que apresenta a fala do personagem, sem interferência do narrador. É representado pelo uso de aspas (“ “) ou travessão (---).
Ex: --- Onde está minha bolsa? Perguntou a mulher.
--- Deve estar sobre a cômoda do quarto, respondeu o marido.

“Eu sou o caminho, a verdade e a vida”, disse Jesus Cristo.


Discurso Indireto: É o discurso que apresenta a fala do personagem através do narrador. Neste discurso é comum aparecerem os verbos disse, afirmou, perguntou, imaginou e outros que indiquem a atitude do personagem. Não há aspas nem travessão neste tipo de discurso.

Ex: A mulher perguntou ao marido onde estava sua bolsa e ele lhe respondeu que ela devia estar sobre a cômoda do quarto.

Jesus disse que Ele era o caminho, a verdade e a vida.

Observe quantas mudanças o discurso pode sofrer ao passar da forma direta para a forma indireta:

Direto: “Meu pai virá me buscar amanhã para irmos acampar”, disse Pedrinho.

Indireto: Pedrinho disse que seu pai viria buscá-lo no dia seguinte para irem acampar.




Discurso Indireto Livre: É o mais complexo dos discursos, pois cria a possibilidade de dupla interpretação, já que não identifica o emissor da mensagem. Observe:

O homem estava encabulado. Já pensara até em suicídio. Afinal de contas, essa vida é mesmo cheia de decepções. Até aqui suportara bem todos os reveses, mas nada garante que pudesse ir além daqui.

Observe que não é possível afirmar quem é o emissor do trecho em negrito. Esse é um caso de discurso indireto livre pela ambiguidade que oferece ao leitor.



REDAÇÃO PROFESSOR MANOEL

Os erros mais comuns
Erros gramaticais e ortográficos devem, por princípio, ser evitados. Alguns, no entanto, como ocorrem com maior freqüência, merecem atenção redobrada.
Veja os mais comuns do idioma e use esta relação como um roteiro para fugir deles.

1 - "Mal cheiro", "mau-humorado". Mal opõe-se a bem e mau, a bom. Assim: mau cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.

2 - "Fazem" cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.

3 - "Houveram" muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
4 - "Existe" muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem normalmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam idéias.

5 - Para "mim" fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu fazer, para eu dizer, para eu trazer.

6 - Entre "eu" e você. Depois de preposição, usa-se mim ou ti: Entre mim e você. / Entre eles e ti. .

7 - "Há" dez anos "atrás". Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há dez anos ou dez anos atrás.


8 - "Entrar dentro". O certo: entrar em. Veja outras redundâncias: Sair fora ou para fora, elo de ligação, monopólio exclusivo, já não há mais, ganhar grátis, viúva do falecido.

9 - "Venda à prazo". Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais casos: A salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.



10 - "Porque" você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. / Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
Há ainda as formas “por quê”, usada em perguntas finais: Não foi por quê?
e “porquê”, usado como substantivo: Não sei o porquê de tanta confusão.
Resumindo: 1) Por que você foi?
2) Ele se atrasou porque o trânsito estava congestionado.
3) Não foi por quê?
4) Não sei o porquê de tanta confusão.


11 - Vai assistir "o" jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava aos estudantes.

12 - Preferia ir "do que" ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.


13 - O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito prometeu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: O prefeito prometeu novas denúncias.

14 - Não há regra sem "excessão". O certo é exceção. Veja outras grafias erradas e, entre parênteses, a forma correta: "paralizar" (paralisar), "beneficiente" (beneficente), "xuxu" (chuchu), "previlégio" (privilégio), "vultuoso" (vultoso), "cincoenta" (cinqüenta), "zuar" (zoar), "frustado" (frustrado), "calcáreo" (calcário), "advinhar" (adivinhar), "benvindo" (bem-vindo), "ascenção" (ascensão), "pixar" (pichar), "impecilho" (empecilho), "envólucro" (invólucro).


15 - Quebrou "o" óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, felizes núpcias.

16 - Comprei "ele" para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, mandou-me.

17 - Nunca "lhe" vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. / Ela o ama.

18 - "Aluga-se" casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / Procuram-se empregados.

19 - "Tratam-se" de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. / Conta-se com os amigos.

20 - Chegou "em" São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.


21 - Atraso implicará "em" punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pressupor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.

22 - Vive "às custas" do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, e não "em vias de": Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.

23 - Todos somos "cidadões". O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres (de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.


24 - O ingresso é "gratuíto". A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.

25 - A última "seção" de cinema. Seção significa divisão, repartição, e sessão equivale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção de brinquedos; sessão de cinema, sessão de pancadas, sessão do Congresso.

26 - Vendeu "uma" grama de ouro. Grama, peso, é palavra masculina: um grama de ouro, vitamina C de dois gramas. Femininas, por exemplo, são a agravante, a atenuante, a alface, a cal, etc. Cuidado!!! Um giga, dois gigas.


27 - "Porisso". Duas palavras, por isso, como de repente,
desde o(não desdo) e a partir de.

28 - Não viu "qualquer" risco. É nenhum, e não "qualquer", que se emprega depois de negativas: Não viu nenhum risco. / Ninguém lhe fez nenhum reparo. / Nunca promoveu nenhuma confusão. .
29 - A feira "inicia" amanhã. Alguma coisa se inicia, se inaugura: A feira inicia-se (inaugura-se) amanhã. .

30 - Soube que os homens "feriram-se". O que atrai o pronome: Soube que os homens se feriram. / A festa que se realizou... O mesmo ocorre com as negativas, as conjunções subordinativas e os advérbios: Não lhe diga nada. / Nenhum dos presentes se pronunciou. / Quando se falava no assunto... / Como as pessoas lhe haviam dito... / Aqui se faz, aqui se paga. / Depois o procuro.

31 - O peixe tem muito "espinho". Peixe tem espinha. Veja outras confusões desse tipo: O "fuzil" (fusível) queimou. / Casa "germinada" (geminada), "ciclo" (círculo) vicioso, "cabeçário" (cabeçalho).
Atenção para os casos “meritíssimo # meretrício”, “iminente # eminente”

32 - Não sabiam "aonde" ele estava. O certo: Não sabiam onde ele estava. Aonde se usa com verbos de movimento, apenas: Não sei aonde ele quer chegar. / Aonde vamos?
Resumindo: Onde estou? Para onde vou?

33 - "Obrigado", disse a moça. Obrigado concorda com a pessoa: "Obrigada", disse a moça. / Obrigado pela atenção, disse o rapaz. / Muito obrigados, disseram os noivos.


34 - O governo "interviu". Intervir conjuga-se como vir. Assim: O governo interveio. Da mesma forma: intervinha, intervim, interviemos, intervieram. Outros verbos derivados: entretinha, mantivesse, reteve, pressupusesse, predisse, conviesse, perfizera, entrevimos, condisser, etc.

35 - Ela era "meia" louca. Meio, advérbio, não varia: meio louca, meio esperta, meio amiga.

36 - "Fica" você comigo. Fica é imperativo do pronome tu. Para a 3.ª pessoa, o certo é fique: Fique você comigo. / Venha pra Caixa você também. / Chegue aqui.


37 - A questão não tem nada "haver" com você. A questão, na verdade, não tem nada a ver ou nada que ver. Da mesma forma: Tem tudo a ver com você.

38 - A corrida custa 5 "real". A moeda tem plural, e regular: A corrida custa 5 reais.

39 - Vou "emprestar" dele. Emprestar é ceder, e não tomar por empréstimo: Vou pegar o livro emprestado. Ou: Vou emprestar o livro (ceder) ao meu irmão. Repare nesta concordância: Pediu emprestadas duas malas.

40 - Foi "taxado" de ladrão. Tachar é que significa acusar de: Foi tachado de ladrão. / Foi tachado de leviano. . 41 - Ele foi um dos que "chegou" antes. Um dos que faz a concordância no plural: Ele foi um dos que chegaram antes (dos que chegaram antes, ele foi um). / Era um dos que sempre vibravam com a vitória.

42 - "Cerca de 18" pessoas o saudaram. Cerca de indica arredondamento e não pode aparecer com números exatos: Cerca de 20 pessoas o saudaram.


43 - Ministro nega que "é" negligente. Negar que introduz subjuntivo, assim como embora e talvez: Ministro nega que seja negligente. / O jogador negou que tivesse cometido a falta. / Ele talvez o convide para a festa. / Embora tente negar, vai deixar a empresa.

44 - Tinha "chego" atrasado. "Chego" não existe. O certo: Tinha chegado atrasado.
45 - Tons "pastéis" predominam. Nome de cor, quando expresso por substantivo, não varia: Tons pastel, blusas rosa, gravatas cinza, camisas creme. No caso de adjetivo, o plural é o normal: Ternos azuis, canetas pretas, fitas amarelas.

46 - Lute pelo "meio-ambiente". Meio ambiente não tem hífen, nem hora extra, ponto de vista, mala direta, pronta entrega, etc.

47 - Queria namorar "com" o colega. O com não existe: Queria namorar o colega.

48 - O processo deu entrada "junto ao" STF. Processo dá entrada no STF. Igualmente: O jogador foi contratado do (e não "junto ao") Guarani. / Cresceu muito o prestígio do jornal entre os (e não "junto aos") leitores. / Era grande a sua dívida com o (e não "junto ao") banco.

49 - As pessoas "esperavam-o". Quando o verbo termina em m, ão ou õe, os pronomes o, a, os e as tomam a forma no, na, nos e nas: As pessoas esperavam-no. / Dão-nos, convidam-na, põe-nos, impõem-nos.


50 - Vocês "fariam-lhe" um favor? Não se usa pronome átono (me, te, se, lhe, nos, vos, lhes) depois de futuro do presente, futuro do pretérito (antigo condicional) ou particípio. Assim: Vocês lhe fariam (ou far-lhe-iam) um favor? / Ele se imporá pelos conhecimentos (e nunca "imporá-se"). / Os amigos nos darão (e não "darão-nos") um presente. / Tendo-me formado (e nunca tendo "formado-me").


51 - Chegou "a" duas horas e partirá daqui "há" cinco minutos. Há indica passado e equivale a faz, enquanto a exprime distância ou tempo futuro (não pode ser substituído por faz): Chegou há (faz) duas horas e partirá daqui a (tempo futuro) cinco minutos. / O atirador estava a (distância) pouco menos de 12 metros. / Ele partiu há (faz) pouco menos de dez dias.

52 - Blusa "em" seda. Usa-se de, e não em, para definir o material de que alguma coisa é feita: Blusa de seda, casa de alvenaria, medalha de prata, estátua de madeira.


53 - A artista "deu à luz a" gêmeos. A expressão é dar à luz, apenas: A artista deu à luz quíntuplos. Também é errado dizer: Deu "a luz a" gêmeos.

54 - Estávamos "em" quatro à mesa. O em não existe: Estávamos quatro à mesa. / Éramos seis. / Ficamos cinco na sala.

55 - Sentou "na" mesa para comer. Sentar-se (ou sentar) em é sentar-se em cima de. Veja o certo: Sentou-se à mesa para comer. / Sentou ao piano, à máquina, ao computador.


56 - Ficou contente "por causa que" ninguém se feriu. Embora popular, a locução não existe. Use porque: Ficou contente porque ninguém se feriu.

57 - O time empatou "em" 2 a 2. A preposição é por: O time empatou por 2 a 2. Repare que ele ganha por e perde por. Da mesma forma: empate por.

58 - À medida "em" que a epidemia se espalhava... O certo é: À medida que a epidemia se espalhava... Existe ainda na medida em que (tendo em vista que): É preciso cumprir as leis, na medida em que elas existem.

59 - Não queria que "receiassem" a sua companhia. O i não existe: Não queria que receassem a sua companhia. Da mesma forma: passeemos, enfearam, ceaste, receeis (só existe i quando o acento cai no e que precede a terminação ear: receiem, passeias, enfeiam).

60 - Eles "tem" razão. No plural, têm é assim, com acento. Tem é a forma do singular. O mesmo ocorre com vem e vêm e põe e põem: Ele tem, eles têm; ele vem, eles vêm; ele põe, eles põem.



61 - A moça estava ali "há" muito tempo. Haver concorda com estava. Portanto: A moça estava ali havia (fazia) muito tempo. / Ele doara sangue ao filho havia (fazia) poucos meses. / Estava sem dormir havia (fazia) três meses. (O havia se impõe quando o verbo está no imperfeito e no mais-que-perfeito do indicativo.)

62 - Não "se o" diz. É errado juntar o se com os pronomes o, a, os e as. Assim, nunca use: Fazendo-se-os, não se o diz (não se diz isso), vê-se-a, etc.


63 - Acordos "políticos-partidários". Nos adjetivos compostos, só o último elemento varia: acordos político-partidários. Outros exemplos: Bandeiras verde-amarelas, medidas econômico-financeiras, partidos social-democratas.

64 - Fique "tranquilo". O u pronunciável depois de q e g e antes de e e i exige trema: Tranqüilo, conseqüência, lingüiça, agüentar, Birigüi.

65 - Andou por "todo" país. Todo o (ou a) é que significa inteiro: Andou por todo o país (pelo país inteiro). / Toda a tripulação (a tripulação inteira) foi demitida. Sem o, todo quer dizer cada, qualquer: Todo homem (cada homem) é mortal. / Toda nação (qualquer nação) tem inimigos.


66 - "Todos" amigos o elogiavam. No plural, todos exige os: Todos os amigos o elogiavam. / Era difícil apontar todas as contradições do texto.

67 - Favoreceu "ao" time da casa. Favorecer, nesse sentido, rejeita a: Favoreceu o time da casa. / A decisão favoreceu os jogadores.

68 - Ela "mesmo" arrumou a sala. Mesmo, quanto equivale a próprio, é variável: Ela mesma (própria) arrumou a sala. / As vítimas mesmas recorreram à polícia.


69 - Chamei-o e "o mesmo" não atendeu. Não se pode empregar o mesmo no lugar de pronome ou substantivo: Chamei-o e ele não atendeu. / Os funcionários públicos reuniram-se hoje: amanhã o país conhecerá a decisão dos servidores (e não "dos mesmos").

70 - Vou sair "essa" noite. É este que desiga o tempo no qual se está ou objeto próximo: Esta noite, esta semana (a semana em que se está), este dia, este jornal (o jornal que estou lendo), este século (o século 20).

71 - A temperatura chegou a 0 "graus". Zero indica singular sempre: Zero grau, zero-quilômetro, zero hora.

72 - A promoção veio "de encontro aos" seus desejos. Ao encontro de é que expressa uma situação favorável: A promoção veio ao encontro dos seus desejos. De encontro a significa condição contrária: A queda do nível dos salários foi de encontro às (foi contra) expectativas da categoria. 73 - Comeu frango "ao invés de" peixe. Em vez de indica substituição: Comeu frango em vez de peixe. Ao invés de significa apenas ao contrário: Ao invés de entrar, saiu.

74 - Se eu "ver" você por aí... O certo é: Se eu vir, revir, previr. Da mesma forma: Se eu vier (de vir), convier; se eu tiver (de ter), mantiver; se ele puser (de pôr), impuser; se ele fizer (de fazer), desfizer; se nós dissermos (de dizer), predissermos. .
75 - Ele "intermedia" a negociação. Mediar e intermediar conjugam-se como odiar: Ele intermedeia (ou medeia) a negociação. Remediar, ansiar e incendiar também seguem essa norma: Remedeiam, que eles anseiem, incendeio.

76 - Ninguém se "adequa". Não existem as formas "adequa", "adeqüe", etc., mas apenas aquelas em que o acento cai no a ou o: adequaram, adequou, adequasse, etc.

77 - Evite que a bomba "expluda". Explodir só tem as pessoas em que depois do d vêm e e i: Explode, explodiram, etc. Portanto, não escreva nem fale "exploda" ou "expluda", substituindo essas formas por rebente, por exemplo. Precaver-se também não se conjuga em todas as pessoas. Assim, não existem as formas "precavejo", "precavês", "precavém", "precavenho", "precavenha", "precaveja", etc.

78 - Governo "reavê" confiança. Equivalente: Governo recupera confiança. Reaver segue haver, mas apenas nos casos em que este tem a letra v: Reavemos, reouve, reaverá, reouvesse. Por isso, não existem "reavejo", "reavê", etc.

79 - Disse o que "quiz". Não existe z, mas apenas s, nas pessoas de querer e pôr: Quis, quisesse, quiseram, quiséssemos; pôs, pus, pusesse, puseram, puséssemos.

80 - O homem "possue" muitos bens. O certo: O homem possui muitos bens. Verbos em uir só têm a terminação ui: Inclui, atribui, polui. Verbos em uar é que admitem ue: Continue, recue, atue, atenue.

81 - A tese "onde"... Onde só pode ser usado para lugar: A casa onde ele mora. / Veja o jardim onde as crianças brincam. Nos demais casos, use em que: A tese em que ele defende essa idéia. / O livro em que... / A faixa em que ele canta... / Na entrevista em que...

82 - Já "foi comunicado" da decisão. Uma decisão é comunicada, mas ninguém "é comunicado" de alguma coisa. Assim: Já foi informado (cientificado, avisado) da decisão. Outra forma errada: A diretoria "comunicou" os empregados da decisão. Opções corretas: A diretoria comunicou a decisão aos empregados. / A decisão foi comunicada aos empregados.
83 - Venha "por" a roupa. Pôr, verbo, tem acento diferencial: Venha pôr a roupa.

84 - "Inflingiu" o regulamento. Infringir é que significa transgredir: Infringiu o regulamento. Infligir (e não "inflingir") significa impor: Infligiu séria punição ao réu.

85 - A modelo "pousou" o dia todo. Modelo posa (de pose). Quem pousa é ave, avião, viajante, etc. Não confunda também iminente (prestes a acontecer) com eminente (ilustre). Nem tráfico (contrabando) com tráfego (trânsito).

86 - Espero que "viagem" hoje. Viagem, com g, é o substantivo: Minha viagem. A forma verbal é viajem (de viajar): Espero que viajem hoje. Evite também "comprimentar" alguém: de cumprimento (saudação), só pode resultar cumprimentar. Comprimento é extensão. Igualmente: Comprido (extenso) e cumprido (concretizado).

87 - O pai "sequer" foi avisado. Sequer deve ser usado com negativa: O pai nem sequer foi avisado. / Não disse sequer o que pretendia. / Partiu sem sequer nos avisar.

88 - Comprou uma TV "a cores". Veja o correto: Comprou uma TV em cores (não se diz TV "a" preto e branco). Da mesma forma: Transmissão em cores, desenho em cores.

89 - "Causou-me" estranheza as palavras. Use o certo: Causaram-me estranheza as palavras. Cuidado, com o erro de concordância quando o verbo está antes do sujeito. Veja outro exemplo: Foram iniciadas esta noite as obras (e não "foi iniciado" esta noite as obras).


90 - A realidade das pessoas "podem" mudar. Cuidado: palavra próxima ao verbo não deve influir na concordância. Por isso : A realidade das pessoas pode mudar. / A troca de agressões entre os funcionários foi punida (e não "foram punidas").

91 - O fato passou "desapercebido". Na verdade, o fato passou despercebido, não foi notado. Desapercebido significa desprevenido.

92 - "Haja visto" seu empenho... A expressão é haja vista e não varia: Haja vista seu empenho. / Haja vista seus esforços. / Haja vista suas críticas.

93 - A moça "que ele gosta". Como se gosta de, o certo é: A moça de que ele gosta. Igualmente: O dinheiro de que dispõe, o filme a que assistiu (e não que assistiu), a prova de que participou, o amigo a que se referiu, etc.

94 - É hora "dele" chegar. Não se deve fazer a contração da preposição com artigo ou pronome, nos casos seguidos de infinitivo: É hora de ele chegar. / Apesar de o amigo tê-lo convidado... / Depois de esses fatos terem ocorrido...

95 - Vou "consigo". Consigo só tem valor reflexivo (pensou consigo mesmo) e não pode substituir com você, com o senhor. Portanto: Vou com você, vou com o senhor. Igualmente: Isto é para o senhor (e não "para si").

96 - Já "é" 8 horas. Horas e as demais palavras que definem tempo variam: Já são 8 horas. / Já é (e não "são") 1 hora, já é meio-dia, já é meia-noite.

97 - A festa começa às 8 "hrs.". As abreviaturas do sistema métrico decimal não têm plural nem ponto. Assim: 8 h, 2 km (e não "kms."), 5 m, 10 kg.

98 - "Dado" os índices das pesquisas... A concordância é normal: Dados os índices das pesquisas... / Dado o resultado... / Dadas as suas idéias...

99 - Ficou "sobre" a mira do assaltante. Sob é que significa debaixo de: Ficou sob a mira do assaltante. / Escondeu-se sob a cama. Sobre equivale a em cima de ou a respeito de: Estava sobre o telhado. / Falou sobre a inflação. E lembre-se: O animal ou o piano têm cauda e o doce, calda. Da mesma forma, alguém traz alguma coisa e alguém vai para trás.

100 - "Ao meu ver". Não existe artigo nessas expressões: A meu ver, a seu ver, a nosso ver.







VAMOS RIR UM POUCO

Peço desculpas a todos, antecipadamente, pelos palavrões: a culpa é do Millôr Fernandes. Mas não deixe de ler!.
Quando alguém extrapola e, mesmo sem a intenção, avacalha seu local de trabalho (por onde também passou, se formou mas, infelizmente não absorveu a plenitude de formação quanto à moral e ética, seja profissional ou de cidadão para cidadão ou de amigo para amigo) e falta com o respeito a vários outros profissionais, solte na lata um sonoro .... Veja no texto abaixo.

Feito o serviço, você vai se sentir melhor e o idiota do interlocutor vai ficar espantado querendo entender o que aconteceu. Aí o jogo vira. O camarada vai ficar preocupado e você aliviado. Experimente! (Não é preciso brigar, nem socar mas é necessário fazer o sujeito refletir sobre as asneiras que diz e se sentir um otário).

Sugestão de alguém que, de vez em quando, utiliza do artifício.

FODA-SE Por Millôr Fernandes
O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional a quantidade de "foda-se!" que ela fala. Existe algo mais libertário do que o conceito do"foda-se!"? O "foda-se!" aumenta minha auto-estima, me torna uma pessoa melhor. Reorganiza as coisas. Me liberta. "Não quer sair comigo? Então foda-se!". "Vai querer decidir essa merda sozinho(a) mesmo? Então foda-se!" O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição Federal. Os palavrões não nasceram por acaso, são recursos extremamente válidos e criativos para prover nosso vocabulário de expressões que traduzem com a maior fidelidade, nossos mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo fazendo sua língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que vingará plenamente um dia. "Pra caralho", por exemplo. Qual expressão traduz melhor a idéia de muita quantidade do que "pra caralho"? "Pra caralho" tende ao infinito, é quase uma expressão matemática. A Via-Láctea tem estrelas pra caralho, o Sol é quente pra caralho, o universo é antigo pra caralho, eu gosto de cerveja pra caralho, entende? No gênero do "Pra caralho", mas, no caso, expressando a mais absoluta negação, está o famoso "Nem fodendo!" O "Não, não e não!" tampouco é nada eficaz e já sem nenhuma credibilidade. "Não, absolutamente não!" o substituem. O "Nem fodendo!" é irretorquível, e liquida o assunto. Te libera, com a consciência tranqüila, para outras atividades de maior interesse em sua vida. Aquele filho pentelho de 17 anos que te atormenta pedindo o carro pra ir surfar no litoral? Não perca tempo nem paciência.
Solte logo um definitivo "Marquinhos, presta atenção, filho querido,
NEM FODENDO!". O impertinente se manca na hora e vai pro Shopping se encontrar com a turma numa boa e você fecha os olhos e volta a curtir o CD do Lupicínio. Por sua vez, o "porra nenhuma!" atendeu tão plenamente as situações onde nosso ego exigia não só a definição de uma negação, mas também o justo escárnio contra descarados blefes, que hoje é totalmente impossível imaginar que possamos viver sem ele em nosso cotidiano profissional. Como comentar a gravata daquele chefe idiota senão com um "é PHD porra nenhuma!" ou "ele redigiu aquele relatório sozinho porra nenhuma!". O "porra nenhuma", como vocês podem ver, nos provê sensações de incrível bem estar interior. É como se estivéssemos fazendo a tardia e justa denúncia pública de um canalha.
São dessa mesma gênese os clássicos "aspone", "chepone", "repone" e mais recentemente o "prepone"- presidente de porra nenhuma. Há outros palavrões igualmente clássicos. Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou seu correlato "Pu-ta-que-o-pa-riu!!!", falados assim, cadenciadamente, sílaba por sílaba.Diante de uma notícia irritante qualquer um "puta-que-o-pariu!" dito assim te coloca outra vez em seu eixo. Seus neurônios têm o devido tempo e clima para se reorganizar e sacar a atitude que lhe permitirá dar um merecido troco ou o safar de maiores dores de cabeça. E o que dizer de nosso famoso "vai tomar no cu!"? E sua maravilhosa e reforçadora derivação "vai tomar no olho do seu cu!". Você já imaginou o bem que alguém faz a si próprio e aos seus quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de seu interlocutor e solta: "Chega! Vai tomar no olho do seu cu!". Pronto, você retomou as rédeas de sua vida, sua auto-estima. Desabotoa a camisa e saia à rua, vento batendo na face, olhar firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado amor-íntimo nos lábios. E seria tremendamente injusto não registrar aqui a expressão de maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu!". E sua derivação mais avassaladora ainda: "Fodeu de vez!". Você conhece definição mais exata, pungente e arrasadora para uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de ameaçadora complicação? Expressão, inclusive, que uma vez proferida insere seu autor em todo um providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo assim como quando você está dirigindo bêbado, sem documentos do carro e sem carteira de habilitação e ouve uma sirene de polícia atrás de você mandando você parar: O que você fala? "Fodeu de vez!". Liberdade, igualdade, fraternidade e foda-se!!!





REDAÇÃO A ESTRUTURA DO TEXTO DISSERTATIVO MODELO PARA O TEMA : MISÉRIA



1° § INTRODUÇÃO: É aqui que se apresenta o assunto de que vai tratar o texto; convém já adiantar a posição que se pretende defender em relação ao tema proposto.

A miséria a que está submetida grande parcela da população faz corar muitos brasileiros, que com razão envergonham-se de ver tanto abandono e descaso. Tal abandono condena homens, mulheres e crianças à mais absurda condição de desnutrição, falta de moradia, falta de saúde e outros elementos mínimos de bem-estar social. Grande parte desse abandono nasce de um Estado incapaz de gerir sua riqueza e impedir que a corrupção dizime a justiça social.


2° § DESENVOLVIMENTO:1ª PARTE: É aqui que se apresentam os primeiros argumentos a favor da tese que se pretende defender conforme o exposto no parágrafo anterior

Boa parte dos problemas sociais deve-se ao sistema de distribuição de renda, que em países do terceiro mundo é intensamente prejudicado pelo fenômeno da corrupção. Os desvios de verbas públicas e o custo da gestão de um sistema burocrático e incompetente acabam emperrando a máquina pública que, de outra forma, teria como identificar e sanar as dificuldades especificas de determinados grupos sociais, como as vítimas da seca no Nordeste ou as vítimas de enchentes no Sul.

3° § DESENVOLVIMENTO:2ª PARTE: É neste ponto que se deve observar algum fato relevante que contrarie a tese defendida inicialmente. Serve para indicar que se tem noção dos limites do seu ponto de vista.

Está claro que um país de proporções continentais oferece inúmeros limites geográficos e políticos no trato das questões sociais, especialmente no que se refere aos pontos mais isolados e de difícil acesso e controle do sistema de proteção aos menos favorecidos. Há também a questão da representação política. A escolha dos representantes do povo esbarra no descaso, despreparo e desinteresse da maioria dos eleitores, que têm em mãos o direito e a responsabilidade de mudar o quadro de deputados, senadores, governadores e presidente da república. Tudo isso também impede que seja bem-sucedida quaisquer tentativas de se romper com o círculo vicioso da miséria.
4° § DESENVOLVIMENTO:3ª PARTE: É hora de retomar os argumentos em prol de sua tese inicial, reforçando o valor do ponto de vista adotado.

Contudo, todos os empecilhos apresentados não impediriam o trabalho de resgate da cidadania de milhões de pessoas que vivem em condições de pobreza e desamparo. A seriedade e o rigor ético nos programas de erradicação da miséria seriam suficientes para mudar o quadro social do nosso Brasil. Junte-se a isso o resultado que se poderia obter, em termos de cidadania,se oferecêssemos à população a possibilidade de uma postura mais crítica e consciente através da educação e da cultura. Aí sim teríamos os ingredientes de uma nação capaz de gerenciar de modo eficaz a riqueza que produz para eliminar as diferenças tão gritantes na distribuição de renda.



5° § CONCLUSÃO: É o momento crucial do seu texto, você deve retomar a tese inicial e reforçar os argumentos que justificam sua opção em relação ao tema. Se possível, tente ser criativo, mas objetivo.

Quando nos deparamos com um problema, para o qual existe uma solução possível e viável, estamos na verdade diante de um desafio. É essa a situação do país diante do quadro de miséria que se nos apresenta. Faltam para os nossos governantes o interesse e a disposição de acabar com a miséria por etapas. A educação trará a consciência da cidadania, o que, por sua vez fará das pessoas agentes capazes de intervir nas políticas públicas sérias e responsáveis, que de fato transformem a realidade dos que ainda estão na miséria ou abaixo dela. Finalmente, uma população consciente e preparada, fará escolhas políticas adequadas e necessárias para a realização de grandes projetos de geração de emprego e renda, que por si só vão contribuir para uma sociedade mais justa, que valorize o trabalho e dê a todos reais oportunidades conquistar seu bem-estar.


Figuras de linguagem

Figuras de sintaxe
Assíndeto : Ocorre assíndeto quando orações ou palavras que deveriam vir ligadas por conjunções coordenativas aparecem justapostas ou separadas por vírgulas “Fere, mata, derriba denodado...” (Camões)
Elipse : Ocorre elipse quando omitimos um termo ou oração que facilmente podemos identificar ou subentender no contexto. Pode ocorrer na supressão de pronomes, conjunções, preposições ou verbos.
“Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas.” (Rubem Braga)
Elipse do pronome ela (Ela veio) e da preposição de (de sandálias).
Zeugma : Ocorre zeugma quando um termo já expresso na frase é suprimido, ficando subentendida sua repetição.
“Foi saqueada a vila, e assassinados os partidários dos Filipes.”
Anáfora : Ocorre anáfora quando há repetição intencional de palavras no início de um período, frase ou verso.
“Grande no pensamento, grande na ação, grande na glória, grande no infortúnio, ele morreu desconhecido e só.” (Rocha Lima)
Pleonasmo : Ocorre pleonasmo quando há repetição da mesma idéia, isto é, redundância de significado.
a) Pleonasmo literário : É o uso de palavras redundantes para reforçar uma idéia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. É um recurso estilístico que enriquece a expressão, dando ênfase à mensagem.
“Iam vinte anos desde aquele dia
Quando com os olhos eu quis ver de perto (Alberto de Oliveira)
b) Pleonasmo vicioso : É o desdobramento de idéias que lá estavam implícitas em palavras anteriormente expresas. Pleonasmos viciosos devem ser evitados, pois não têm valor de reforço de uma idéia, sendo apenas fruto do descobrimento do sentido real das palavras. Exemplos:
subir para cima hemorragia de sangue / entrar para dentro monopólio exclusivo
Polissíndeto : Ocorre polissíndeto quando há repetição enfática de uma conjunção coordenativa mais vezes do que exige a norma gramatical (geralmente a conjunção e ).
“Vão chegando as burguesinhas pobres, / e as criadas das burguesinhas ricas
e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” (Manuel Bandeira)
Anástrofe : Ocorre anástrofe quando há uma simples inversão de palavras vizinhas (determinante x determinado).
“Tão leve estou que nem sombra tenho.” (Mário Quintana)
Hipérbato : Ocorre hipérbato quando há uma inversão complexa de membros da frase.
“Passeiam, à tarde, as belas na Avenida.” (Carlos Drummond de Andrade)
Sínquise : Ocorre sínquise quando há uma inversão violenta de distantes partes da frase. É um hipérbato exagerado.
“A grita se alevanta ao Céu, da gente.”(Camões)
Anacoluto : Ocorre anacoluto quando há interrupção do plano sintático com que se inicia a frase, alterando-lhe a seqüência lógica. A construção do período deixa um ou mais termos desprendidos dos demais e sem função sintática definida.
“Essas empregadas de hoje, não se pode confiar nelas” (Alcântara Machado)
Silepse : Ocorre silepse quando a concordância não é feita com as palavras, mas com a idéia a elas associada.
a) Silepse de gênero : Ocorre quando há discordância entre os gêneros gramaticais (feminino ou masculino)
“O animal é tão bacana
mas também não é nenhum banana.”
b) Silepse de número : Ocorre quando há discordância envolvendo o número gramatical (singular ou plural).
“Esta gente está furiosa e com medo; por conseqüência, capazes de tudo.” (Garret)
“Corria gente de todos lados, e gritavam.” (Mário Barreto)
c) Silepse de pessoa: Ocorre quando há discordância entre o sujeito expresso e a pessoa verbal.
“A gente não sabemos escolher presidente
A gente não sabemos tomar conta da gente.” (Roger Rocha Moreira)

Figuras de pensamento
As figuras de pensamento são recursos de linguagem que se referem ao significado das palavras, ao seu aspecto semântico.
Antítese: Ocorre antítese quando há aproximação de palavras ou expressões de sentidos opostos.
“Amigos e inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal.” (Rui Barbosa)
Apóstrofe : Ocorre apóstrofe quando há invocação de uma pessoa ou algo, real ou imaginário, que pode estar presente ou ausente. Corresponde ao vocativo na análise sintática e utilizada para dar ênfase à expressão.
“Deus! ó Deus! onde estás, que não respondes?” (Castro Alves)
Paradoxo : Ocorre paradoxo não apenas na aproximação de palavras de sentido oposto, mas de idéias que se contradizem. É uma verdade enunciada com aparência de mentira.
“O mito é o nada que é tudo.” (Fernando Pessoa)
Amor é fogo que arde sem se ver; (Camões)
Eufemismo : Ocorre eufemismo quando uma palavra ou expressão é empregada para atenuar uma verdade tida como penosa, desagradável ou chocante.
“E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir / Deus lhe pague.” (Chico Buarque)
Gradação : Ocorre gradação quando há uma seqüência de palavras que intensificam uma mesma idéia.
“Dissecou-a, a tal ponto, e com tal arte, que ela,
Rota, baça, nojenta, vil / Sucumbiu....” (Raimundo Correia)
Hipérbole: Ocorre hipérbole quando há exagero de uma idéia, a fim de proporcionar uma imagem emocionante e de impacto.
“Rios te correrão dos olhos, se chorares!” (Olavo Bilac)
Ironia: Ocorre ironia quando, pelo contexto, pela entonação, pela contradição de termos, sugere-se o contrário do que as palavras ou orações parecem exprimir. A intenção é depreciativa ou sarcástica.
“As moças entrebeijam-se porque não podem morder-se umas às outras. O beijo deles é a evolução da dentada da pré-avó.” (Monteiro Lobato)
Prosopopéia : Ocorre prosopopéia quando se atribui movimento, ação, fala, sentimento, enfim, caracteres próprios de seres animados a seres inanimados ou imaginários.
Também a atribuição de características humanas a seres animados constitui prosopopéia, como este exemplo de Mário Quintana: “O peixinho (...) silencioso e levemente melancólico....”
Perífrase/Antonomásia : Ocorre perífrase quando se cria um torneio de palavras para expressar algum objeto, acidente geográfico, indivíduo ou situação que não se quer nomear.
Na linguagem coloquial, antonomásia/perífrase é o mesmo que apelido, alcunha ou cognome, cuja origem é um aposto (descritivo, especificativo) do nome próprio.
“Cidade maravilhosa (Rio de Janeiro)
“E ao rabi simples, que a igualdade prega, ( Cristo)
“O Genovês salta os mares....” (Colombo)

Figuras de palavras
As figuras de palavras consistem no emprego de um termo com sentido diferente daquele convencionalmente empregado, a fim de se conseguir um efeito mais expressivo na comunicação.
Comparação : Ocorre comparação quando se estabelece aproximação entre dois elementos que se identificam, ligados por conectivos comparativos explícitos - feito, assim como, tal, como, tal qual, tal como, qual, que nem - alguns verbos - parecer, assemelhar-se e outros.
“Amou daquela vez como se fosse máquina.
E flutuou no ar como se fosse um príncipe.
Metáfora: Ocorre metáfora quando um termo substitui outro através de uma relação de semelhança resultante da subjetividade de quem a cria. A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo não está expresso, mas subentendido.
“O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais.” / “Minhas sensações são um barco de quilha pro ar.”
Metonímia : Ocorre metonímia quando há substituição de uma palavra por outra, havendo entre ambas grau de semelhança, relação, proximidade de sentido, ou implicação mútua. Tal substituição realiza-se de inúmeros modos:
Sou alérgico a cigarro. / Comprei uma garrafa do legítimo porto.
Ofereceu-me um havana. / Ela aprecia ler Jorge Amado.
Compre um Portinari. / Não devemos contar com o seu coração.
A velhice deve ser respeitada. / A coroa foi disputada pelos revolucionários.
Catacrese : A catacrese é um tipo especial de metáfora, “é uma espécie de metáfora desgastada, em que já não se sente nenhum vestígio de inovação, de criação individual e pitoresca. É a metáfora tornada hábito lingüístico, já fora do âmbito estilístico” (Othon Moacir Garcia).
Exemplos de catacrese:
folhas de livro / pé de mesa / dente de alho / braço do rio
céu da boca / leito do rio / mão de direção / barriga da perna
embarca no trem / língua de fogo / miolo da questão
Aliteração : Ocorre aliteração quando há repetição da mesma consoante ou de consoantes similares, geralmente em posição inicial da palavra.
“Toda gente homenageia Januária na janela.” (Chico Buarque)
“Chove chuva choverando.” (Oswald de Andrade)
Assonância : Ocorre assonância quando há repetição da mesma vogal ao longo de um verso ou poema.
“Sou Ana, da cama / da cana, fulana, bacana
Sou Ana de Amsterdam.” ( Chico Buarque)
Onomatopéia : Ocorre onomatopéia quando uma palavra o conjunto de palavras imita um ruído ou som.
“O silêncio fresco despenca das árvores. / Veio de longe,das planícies altas,
Dos cerrados onde o guaxe passe rápido... / Vvvvvvv... passou.”(Mário de Andrade)
“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno.” (Fernando Pessoa)

Iau! = dor
Uau! = alegria
Glup! = espanto
Amph! = desagrado
Ah! Ah! Ah! = gargalhada
Aaargh = força
Uff = esforço físico

Poof! Poof! = soco
voz do cão port. au au

(Edward Lopes, Fundamentos da Línguística Contemporânea)